EM BUSCA DAS TREVAS? (CUIDADO)
EM BUSCA DAS TREVAS? (CUIDADO)

EM  BUSCA  DAS  TREVAS?  (CUIDADO)

 

Mateus 26:14-16

I a) O primeiro diácono da igreja vinha domingo à tardinha, andando pelo campo, rumo a sua igreja que ficava numa região agreste distante de onde morava.

b) Quando saiu na "estrada", viu um conhecido amigo que vinha bêbado montado num cavalo. Quando se aproximaram, o bêbado agressivamente perguntou: "Aonde você vai de Bíblia na mão a essa hora?" A resposta foi: "Eu estou a caminho da igreja." "Sim, respondeu o bêbado, e acrescentou: Você pode me dizer aonde é o caminho do inferno?" E saiu correndo com o cavalo e rindo da nosso irmão. Antes de chegar a igreja, no entanto o crente encontrou o bêbado, estendido no chão e todo quebrado, da queda que levara ao cair do seu animal.

1. É possível que muitos de nós não estamos procurando o inferno de forma tão violenta. Mas apesar de estarmos na companhia de Jesus, estaríamos em busca das trevas, pelas atitudes adotadas em nosso relacionamento com Jesus como membros de igreja, e por admitirmos as nossas fraquezas e desculparmos os nossos erros.

c) A infame tragédia de Judas, entregando a Cristo por dinheiro, apesar que amava muito o seu Mestre é um fatal exemplo de pessoas que querem a luz, mas freqüentemente estão buscando as trevas.

d) "Judas tinha naturalmente grande amor ao dinheiro; mas não fora sempre bastante corrupto para praticar um ato como esse. Alimentara o mau espírito de avareza até que se lhe tornara o motivo dominante na vida. O amor de Mamom sobrepujara o amor de Cristo. Tornando-se escravo de um vício, entregou-se a Satanás." – O Desejado de Todas as Nações, pág. 716.

 

II a) Vamos nos aproximar da vida de Judas para analisarmos mais suas virtudes e conhecermos melhor os seus vícios. Procuraremos também descobrir se não há em nós alguns caminhos trilhados por Judas.

b) Vejam: Evidências incontestáveis revelam que Judas era alto e educadíssimo, muito cativante. Seu aspecto impressionante, sua habilidade profissional fora de série. Estas virtudes colocavam Judas acima do nível dos demais apóstolos, a ponto de considerar os seus comparsas (companheiros) como um grupo de ignorantes.

c) Diz a Sra. White: "Judas era altamente considerado pelos discípulos, e exercia sobre eles grande influência. Tinha em elevada estima as próprias aptidões, e considerava seus irmãos como muito inferiores a si, no discernimento e na capacidade." – O Desejado de Todas as Nações, pág. 717.

"Judas, fosse admitido como conselheiro, pensava, poderia sugerir muitos planos para prosperidade da pequenina igreja. Seus princípios e métodos haviam de diferir um tanto dos de Cristo, mas nessas coisas se julgava mais sábio do que Jesus." – Idem, p. 719.

d) No raciocínio de Judas, Pedro era impetuoso, imaturo. João que gostava de aprender e repetir as palavras de Cristo, em visto por Judas como um fraco financista. Mateus por mais meticuloso e honesto que fosse, Judas achava que ele não possuía capacidade administrativa suficiente para assumir qualquer ministério no Futuro Governo de Cristo. Dessa forma Judas freqüentemente passava em vista todos os discípulos, e lisonjeava-se de que sem ele a igreja estaria falida e arruinada.

e) O falso juízo do traidor levou-o a discordar dos atos praticados pelo próprio Cristo. Ele achou que Jesus foi omisso no caso de João Batista, permitindo que ele fosse preso e degolado friamente por Herodias. Outro ponto que o irritava, era Jesus dizer que o reino dEle não era deste mundo.

f) Judas estava cego para a fraqueza de seu caráter, apesar de que Cristo sempre o colocou em circunstâncias que pudesse saber disso. A sua forte tendência cobiçosa tomava-o cada vez mais insensível aos apelos da própria consciência.

g) No fundo Judas achava que finalmente Jesus se tornaria rei em Jerusalém, e ele como era o mais culto, o mais astuto, o mais financista do grupo, certamente seria nomeado o ministro chefe desse forte governo que tinha como maior investimento a realização de milagres aumentando pães, curando enfermos e libertando os cativos.

 

III a) Lembremo-nos desta verdade: Um rebelde não é formado num só momento. Isso acontece dentro do tempo e de circunstâncias várias. Não desconhecemos que as tendências naturais de cada indivíduo corroboram nesse misterioso processo.

b) Os nossos hábitos são forjados por nossa vontade, mesclados com a nossa herança genética e aperfeiçoados ou arruinados pela nossa vivência diária.

c) As nossas reservas morais e espirituais definirão finalmente o tipo do nosso caráter. E queremos acrescentar: A mudança do caráter, dos hábitos arraigados em nossas memórias só será possível por extremada força de vontade coadjuvada pelo Espírito de Cristo.

d) Cada vez que admitimos ou negamos uma influência sadia, estaremos crescendo ou diminuindo na nossa experiência diária.

e) Judas conseguia negar, em si mesmo, todos as salutares ensinamentos pregados por Jesus ao longo das semanas, dos meses e dos anos, apesar de apelativos sagrados e eternos, esses ensinos foram substituídos pela sua opinião própria e mal formada naqueles anos.

f) Nas profundezas do coração estão encerrados desejos, vontades, tendências e proezas, ora delicados e construtivos, ora conflitivos e destrutivos. A ambição, o egoísmo e a avareza confirmados em Judas por Satanás, os levaram a trair e vender seu melhor Amigo e Companheiro fiel, o Divino Mestre.

g) Vejam isto: Os anjos caídos não se tornaram em demônios num instante e nem perderam o seu principado numa hora, e mesmo Lúcifer gastou bom tempo em dúvidas e mentiras até se transformar de luz e fé em príncipe das trevas. "Chefe das hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais".

IV a) O sábio conselho de Paulo está lá em 1 Cor. 11:28: "Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice". No verso 27 advertência fatal: "Aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor." Ele será responsabilizado pelo corpo  de Cristo.

b) Judas participou indignamente da organização da primeira igreja dos doze, tendo o próprio Senhor Jesus como líder daquele movimento salvador. Na qualidade de tesoureiro do grupo, era o responsável pelos pagamentos, despesas e cabia também as doações feitas aos pobres e necessitados.

1. Lamentavelmente, aqueles poucos recursos, quase insuficientes para saldar as necessidades do grupo, parte dele era desviado para a bolsa de Judas como pagamento a si mesmo dos pequenos trabalhos que realizava.

2. Judas não só furtava os recursos do grupo de apóstolos como também indignamente rejeitava os sábios ensinos do mestre ditos ao público. Às escondidas procura o traidor desprestigiar, dar falsas interpretações aos discursos inspirados de Jesus.

3. Judas se tornara tão indigno que maldosamente criticou em público o ato sagrado de Maria pelo vaso de alabastro quebrado, e com o seu perfume ter ungido o Divino Mestre, alegando "as necessidades dos pobres", quando na realidade ele tencionava se apossar de parte daquela importância sagrada.

 

V a) Ante tanta indignidade e abusos nas coisas sagradas, Judas resolveu satanicamente a faturar 30 moedas de prata do templo entregando assim a sua última verdade, o Filho de Deus.

b) Nesse estranho ato de covardia, traição e deslealdade, Judas vendeu o seu Mestre, a sua reputação, o seu ministério, a sua vida material, a sua salvação e a esperança eterna.

c) Aqueles que viajam nas asas da falsidade, navegam nas águas do engano e andam indignamente nos caminhos do Senhor, encontram a mesma sorte, ou comidos pelos cães, exemplo de Jezabel, a rainha ímpia, ou fugitivo e vagabundo como Caim, ou engolidos pela terra, os rebeldes, Coré, Datã e Abirão, ou ainda enforcados e arrebentados na estrada que leva ao Calvário.

d) Leiam isto: "Mais tarde, naquele mesmo dia, a caminho da sala de Pilatos para o Calvário, houve uma interrupção nos gritos e zombaria da turba ímpia que levava Jesus ao lugar da crucifixão. Ao passarem por local retirado, viram ao pé de uma árvore, sem vida, o corpo de Judas. Era uma cena horripilante. Seu peso rompera a corda em que se pendurara à árvore. Ao cair, rebentara-se-lhe terrivelmente o corpo, e cães o estavam agora devorando. Seus restos foram imediatamente enterrados e ocultos às vistas; houve, porém, menos escárnios entre a turba e muitos rostos pálidos revelavam os pensamentos interiores. A retribuição parecia visitar já os que eram culpados do sangue de Jesus." – O Desejado de Todas as Nações, pág. 722.

e) Ali estava encerrado o último capítulo da vida terrena de um homem de bonita aparência, elevada inteligência, privilegiado entre os doze apóstolos, com a parte financeira e administrativa, dotado de poder para repreender demônios, curar enfermidades, que provou da alegre e salvadora companhia do Filho de Deus, no entanto estava ali, jogado à beira do caminho servindo de pasto para os cães famintos de Jerusalém.

 

VI a) Nós queremos terminar, mas ouçam isto:

Depois de um grande incêndio em Chicago, um negociante colocou sobre as ruínas do seu armazém um grande cartaz com esta inscrição: "Foi-se tudo, exceto minha esposa, os filhos e a esperança. O negócio reinicia-se amanhã cedo".

b) Pense nisso, meu irmão, estaria eu traindo o Filho de Deus? Usando indevidamente o que é de Deus? Deixando de participar do corpo de Cristo, Sua igreja? Postergando a minha decisão? Esquecendo as minhas obrigações com o próximo? Relutando assumir responsabilidade no corpo de Cristo, a igreja? Minando a influência de Cristo, pelo meu modo de falar e viver? Acarretando problemas desnecessários à comissão, e aos servos de Deus?

c) Lembre-se das palavras do comerciante de Chicago: "Sobrou a família e a esperança." O negócio, a minha fiel dedicação, a minha entrega total a Deus, não quer você se juntar a mim mais uma vez em oração e arrependimento. Amém.