CARIDADE? (PARTE I)
l Cor. 13:1-8
I a) Nós acabamos de ler, os mais puros princípios da verdadeira religião. Nestes 8 versos, Paulo descreve o caráter de Cristo, assimilado e pregado por ele mesmo, Paulo.
b) Quem não vive em caridade, como viveram Cristo e Paulo, não divulga esses sadios princípios, porque a caridade é vivida e não falada. É praticada e não pregada.
c) Vejam: o amor é uma espécie de anticorpos que inunda a nossa alma, e, quando é provocado por qualquer agente externo, ele reage, transmudado em caridade, daí a caridade ser fruto do amor em ação.
d) Só os corpúsculos do sangue do divino Mestre introduzidos em nossas almas, pode fazer reproduzir em nós, os frutos da caridade. Porque a caridade é fruto das almas santificadas.
e) Se Cristo pela concessão do amor, faz renascer a caridade, Satanás, pela multiplicação da iniquidade, faz esfriar o amor.
II a) Estavam construindo um grande templo, pessoas de recursos davam verdadeiras fortunas para as obras do famoso prédio, outros menos abastados, colaboravam entregando seus anéis de ouro e colares de pérolas, outros ainda, ajudavam com mensalidades menores de acordo com suas posses. A promessa era de que quando a igreja estivesse pronta, um poderoso anjo desceria dos Céus e colocaria o nome da pessoa que tivesse entregue para os cofres do templo a maior oferta, durante o período da construção daquela monumental obra.
b) O tempo passou veloz, e a magnífica construção estava em fase final. Tudo finalmente estava concluído e o grande dia chegou. O anjo desceu e começou a escrever as primeiras letras em cima do mármore branco, que enfeitava o topo do templo. Finalmente lá estava o nome. A decepção foi muito grande, ninguém conhecia a pessoa portadora daquele nome, pais não era nenhum dos grandes contribuintes, que ajudaram com fabulosas fortunas, nem os peritos carpinteiros e escultores.
Finalmente o anjo revelou, era uma pobre senhora moradora de um sitio próximo, que nunca levou nenhuma contribuição em dinheiro, em jóias ou artes, mas que, todas as tardes quando os animais cansados de carregar areia e materiais para o pátio da grande construção, deixavam as carroças e iam pastando famintos até a sua humilde morada naquele sítio, ela então colhia boa quantidade de cana de açúcar e outros capins, amiudava aquilo tudo com um facão e oferecia aos burros das carroças do templo, como alimento. Dona Maria da Silva é a pessoa que mais fez, porque fez, sem concorrentes, sem vaidades, sem esperar prêmios, mas que praticou a caridade, fortalecendo aqueles animais irracionais, mas que trabalhavam levando as cargas da Igreja.
c) Justificando, aos presentes, o motiva da escolha daquela humilde e pobre senhora, acrescentou o anjo:
d) Eu sei que aqui há muitos sábios que falam muitas línguas estrangeiras e que falaram com língua de ouro em defesa deste lugar. Isso é tão notório que todos sabem disso, e elogiaram aos entendidos e cultos cidadãos desta ocasião, já receberam portanto, antecipadamente os seus galardões.
e) Muitos aqui presentes, investiram milhares de dólares neste magnífico templo, mas, só o fizeram para serem vistos pelos homens. E, realmente foram vistos e elogiadas, portanto, já atingiram o seu objetivo.
f) Outros sustentaram muitos dos trabalhadores aqui presentes, e doaram jóias e pedras preciosas, isto porém, só do que lhes sobejava, realmente não andaram a segunda milha.
g) Muitos aqui participaram por egoísmo próprio, por disputas e porfias, sem nenhum espírito de caridade ou doação. O sino já tiniu em homenagem deles, os metais já soaram em suas considerações. Já receberam as suas recompensas.
k) Esta pobre senhora doou tudo o que tinha no seu quintal. Capim, cana para fazer melado, mandioca para o seu sustento, suas verduras que serviam para lhe trazer algum dinheiro, para manter o seu lar, na alegria e misericórdia de alimentar os animais das carroças do templo, ela doou tudo, investiu tudo e ninguém sabia disso, mas Deus estava vendo, ela realmente é digna de ser coroada rainha deste templo.
i) Sobre os aplausos de todos dona Maria da Silva foi coroada de louros pelo anjo do Senhor.
j) O amor só é verdadeiro quando ele se torna caridade, quando caminha desinteressado na direção do necessitado e ferido, do desamparado, dos órfãos e das viúvas.
k) "A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta:", disse o anjo: "visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo" S. Tiago 1:27.
III a) A Bíblia fala do julgamento final, nós o conhecemos como o dia do juízo, quando a lei vai julgar a todos os humanos, bons e maus, justos e ímpios, mas o curioso è que, a sentença final, o verdadeiro julgamento está baseado em atos de misericórdia praticados ou não.
b) Leia Mateus 25:34-46. "Então o rei dirá: tive fome, sede, preso, enfermo e Me visitaste, ou não Me deste de beber e de comer." "Vinde, praticantes da caridade, possui o reino de Deus" verso 34. No verso 41 a segunda sentença condenatória. IDE para o fogo eterno, preparado para os inimigos da caridade.
IV a) Meus irmãos. Vamos procurar trocar em miúdos a grande verdade: caridade. Nós precisamos entender o sentido desta decisiva realidade.
1. Jesus é a cabeça do templo da caridade. Deus é caridade; Jesus é caridade. "Revesti-vos da caridade, que é o vinculo da perfeição" Colossences 3:14 (Edição Revista e Corrigida).
2. "O vinculo da perfeição" significa estar ligado, estar preso, estar fortemente enlaçado à força primeira, ao moto principal que é a eterna caridade: "Jesus Cristo, justiça nossa."
3. O amor de Deus O levou à caridade de entregar parte de Si mesmo. Jesus, que, por Sua vez, caridosamente, ligou-se aos perdidos deste mundo, e pelo Seu verdadeiro holocausto, capacitou aos corpos corruptos se revestirem da incorruptibilidade e aos mortais se tornarem imortais, príncipes da caridade.
4. Vejam a corrente da caridade:
Disse Jesus, em João 15:9: Como o Pai me amou, também eu vos amei. E no verso 12: "O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei."
Vejam:
5. A mesma graça que Deus teve por Jesus, Este manifestou pelos mortais, e solicita, ou melhor, deixou em forma de mandamento, que amemos os nossos semelhantes.
b) Eu pergunto: Isto é verdade em mim? Isto é realidade em você? Estamos amando o nosso próximo na mesma medida que amamos a Deus e a nós mesmos?
c) "Se a nossa justiça", a nossa misericórdia não ultrapassa a justiça dos antigos fariseus, estamos caminhando numa senda perigosa.
Essa foi a estrada da morte do antigo Israel. Manifestavam excessiva aparência de piedade mas negavam a eficácia da misericórdia.
d) Os sacerdotes – e só eles – podiam comer a carne dos animais sacrificados (e isso por séculos!), mas não se alimentaram da carne e do sangue de Cristo. "Aquele que comer a minha carne e beber o meu sangue, tem a vida eterna e será ressuscitado" João 7:54.
e) Enquanto nós acharmos que o Templo é maior que o adorador do Templo, e que a oferta é mais importante do que a misericórdia ao irmão ofendido, estaremos andando na estrada que parece ser direita, mas que é o caminho da morte.
f) Se você vem para a igreja com suas ofertas, dinheiro, oração, pregação, talentos, ensinamentos e louvor, repito: Se você vem com tudo isso para oferecer a Deus em adoração, mas sabe que seu irmão, por qualquer motivo, está em desavença com você, ouça o que Jesus diz: "Deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta."
g) Disse mais Jesus: "Faça isso depressa."(v. 25). Sim, porque senão, sua adoração não sai da igreja. Você vai entrar e sair da igreja do mesmo jeito: "miserável, pobre, cego e nu" Apocalipse 3:17.
V a) O grande problema da maioria dos "adoradores", é imaginar ser possível cultuar ao Deus do Céu sem respeitar ou usar de misericórdia com seres criados à imagem e semelhança de Deus aqui na Terra.
b) Ainda com a agravante, recebeu a misericórdia de Deus, e retribuiu com o egoísmo o perdão aos seus semelhantes.
c) Jesus ilustrou essa verdade ao relatar o fato de um cidadão que tinha uma grande dívida com certo senhor importante, e solicitou misericórdia. O rei credor "movido de íntima compaixão soltou-o e perdoou-lhe os 10 mil talentos." Mat. 18:2. Aquilo representava uma fortuna.
d) O cidadão que recebeu a misericórdia e o perdão do seu senhor, saiu alegre e feliz da presença do seu patrão, mas continuou Jesus, dizendo: "Já no pátio da grande empresa, aquele servo encontrou um de seus conservos, que lhe devia cem denares (alguns reais), e lançando mão dele, sufocava-o dizendo: Paga-me o que me deves. O devedor solicitou misericórdia, me dê um tempinho que eu lhe pago tudo. "Ele porém não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida".
e) Esse fato chegou ao conhecimento do grande rei, que chamando aquele servo ingrato, disse: "malvado, perdoei-lhe uma grande dívida, porque me suplicaste. Não devia você igualmente Ter compaixão, caridade, da mesma forma que eu tive misericórdia de você?" Verso 32.
f) Indignado, aquele senhor entregou o servo para ser atormentado, até lhe pagar tudo que lhe devia. Versos 33-34.
g) Jesus concluiu dizendo: "Assim fará também Meu Pai Celestial, se do coração, não sair perdão, cada um a seu irmão em ofensas." V. 35.
VII a) Nós já dissemos que a salvação: é uma questão de misericórdia, manifestada por Deus, em entregar parte de Si mesmo, através de Jesus, Seu Filho Unigênito. E por Sua vez misericordiosamente Jesus, pelo Seu sacrifício, perdoou os humanos, neste mundo.
b) Mas, a segunda parte da salvação está nas nossas mãos, em usar de misericórdia conosco mesmos e nos tornando, "templo", morada do Espirito Santo. E, transmitir essa mesma caridade, a todos os que nos cercam. Praticando desta forma o perdão, recebido de Deus, através de Jesus.
c) Jesus resumiu isso tudo dizendo: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o entendimento e ao teu próximo como a você mesmo. Disto depende a sua salvação.
VIII a) Não nos esqueçamos da grande verdade: Quanto mais amarmos a Deus, mais perto estaremos do nosso próximo.
b) João levou esse fato tão a sério que disse: "Aquele que não ama (que não pratica caridade com o seu semelhante), não conhece a Deus, porque Deus é amor." I S. João 4:8.
c) João esclarece dizendo: "Nisto se manifesta a caridade de Deus para conosco: Que Deus enviou Seu Filho Unigênito ao mundo, para que por Ele vivamos. Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros. I S. João 4:10-11 (Revista e Corrigida).
d) João exige de nós a manifestação do mesmo sentimento que houve em Deus, caridosamente nos amando até ao sacrifício.
e) Da mesma forma que a fé sem as abras é morta, o amor sem as obras de caridade é morta! É fingimento amar só no espírito, é luz debaixo do alqueire.
f) Jesus enfatizou que a luz deve ser colocada "no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa". Mat. 5:14-16. Este é o amor sofredor, benigno, a caridade nunca falha.
g) Paulo encerrou o capítulo 13 de I Coríntios dizendo: "Agora permaneça a fé, a esperança e a caridade, estas três, mas, a maior destas é a caridade". Sem dúvida: A fé remove montanhas, mas só envolve eu e o meu Deus; a esperança me ensina a aguardar as promessas de Deus. Mas, a caridade vai mais longe; nasce na vontade de Deus, caminha na minha vontade e alcança a vontade do meu próximo.
h) Este tema è tão necessário e urgente, porém, tão pouco ensinado e vivido, que, nós resolvemos continuar em outros sermões.
i) Antes de terminarmos, queremos repetir as palavras de João, tornando-as interrogativas:
- Deus está em nós?
- E em nós é perfeita a Sua caridade?
j) Sendo isso verdade, bem-aventurados sois! Sendo isso meia verdade, "olhai por vós", não aconteça isso. Sendo isto mentira, a verdade nos julgará e certamente nos condenará.
l) "Levantarei, irei ter com meu pai" e direi: "Pai, pequei contra você e contra os Céus. Perdoa-me agora." É isso que nós queremos fazer agora.
Oremos