QUANTOS PÃES TENDES?

Marcos 6:30-44.

I a) Os apóstolos de Cristo, depois de convocados em número de doze, receberam do Senhor "virtude e poder sabre todos os demônios, para curar enfermidades e pregar o Reino de Deus" (Lucas 9:1 e 2).

b) Eles foram no poder de Cristo e retornaram entusiasmados com os resultados evangelísticos conseguidos. O Mestre os convidou para saírem ao lugar deserto de Betsaida (v. 10).

c) No entanto, o desejado repouso foi interrompido por grandes multidões vindas de todas as cidades e Jesus ao contemplar milhares de pessoas reunidas – homens, mulheres, crianças, ficou muitíssimo comovido.

"Eram como ovelhas que não têm pastor. E passou a ensinar-lhes muitas coisas." (Marcos 6:34).

d) Acontece que a tarde chegou depressa e o Sol colorindo as nuvens vizinhas desaparecia lentamente.

e) Ali, em pé, ouviam o divino Mestre. Havia crianças segurando as vestes de suas mães; pequenos nas braços das jovens senhoras; velhos já bastante marcados pelas anos; rapazes e moças... Talvez umas sete ou oito mil pessoas, já que estavam ali quase cinco mil homens, além das mulheres e crianças (Mateus 15:21).

f) Preocupados, os discípulos interrompem o Pregador, informando que o lugar era deserto e a dia já estava muito avançado, e precisava despedi-los para irem comprar pão para comerem. (Marcos 6:35 e 36).

g) O Senhor Jesus já tinha essas informações. Foi Ele quem escolheu aquele lugar deserto. "Vinde repousar um pouco, à parte, num lugar deserto" (Marcos 6:31). Ele sabia que aquela multidão precisava de pão material tanto quanto o Pão da vida.

h) O problema foi que os discípulos haviam se esquecido daquilo que Jesus falou por várias vezes:

1. "Eu Sou o pão que desceu do Céu";

2. "Vossos pais comeram, por quarenta anos, o maná no deserto e morreram";

3. Esqueceram os discípulos da oração de Jesus: "O pão nosso de cada dia dá-nos hoje";

4. Desconheceram que ali estava o Criador da semente, da planta e do trigo;

5. Os discípulos desconheciam que a grande maioria ali estava sem nenhum recurso financeiro, incapazes de comprar um pedaço de pão.

i) Olhando firme para as discípulos, Jesus disse com severidade: "Dai-lhes vós de comer."

j) Filipe reage: "Não lhes bastariam duzentos denários de pão, para receber cada um o seu pedaço." (João 6:7).

II a) Vejam: Ali estava diante das apóstolos, diante de Cristo, um real problema. "Ovelhas sem pastor". Famintos espirituais. Famintos materiais.

1. Os discípulos queriam solucionar despedindo a todos, já que não dispunham de recursos suficientes para comprar comida para tantos. "Despede-os para que, passando pelos campos ao redor e pelas aldeias, comprem para si o que comer." (Marcos 6.36).

b) Jesus, no entanto, estava ali. Onde está o Mestre, está a solução. Onde Cristo está, existe resposta. Onde o Mestre chega, aparece a luz. "Aquele que crê em Mim, ainda que esteja morto, viverá." "Eu sou a ressurreição e a vida."

c) Mas a parte humana, a vontade sadia de cada ser, a desejo cristão de colaborar precisa acontecer. Tirem a pedra, que Lázaro sai do túmulo. Tragam os seus pães a Cristo, e Ele os multiplicará. Tragam as vasilhas cheias de água, que Jesus as torna em suco de uvas.

d) "E ele lhes disse: Quantos pães tendes? Ide ver! E, sabendo-o eles, responderam: Cinco pães e dois peixes." (Marcos 6:38). "E Ele lhes disse: Trazei-mos aqui." (Mateus 14:18).

1. Os discípulos não imaginavam o que iria acontecer naquela tardinha, naquele lugar afastado de tudo e de todos.

e) Jesus ordena aos apóstolos:

Todos deveriam assentar-se;
Deveriam formar grupos de 50 e de 100 pessoas.

f) "Tomando ele os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos ao céu, os abençoou; e, partindo os pães, deu-os aos discípulos para que os distribuíssem; e por todos repartiu também os dois peixes." (Marcos 6:40 e41).

g) O milagre apareceu! "O alimento multiplicava-se-Lhe nas mãos; e as mãos dos discípulos, estendendo-se para Cristo – o próprio Pão da Vida – nunca ficavam vazias. Aquele alimento multiplicava-se em Suas nas mãos; e as mãos dos discípulos, estendendo-se para Cristo - o próprio Pão da Vida nunca ficavam vazias." – O Desejado de Todas as Nações, pág. 369, 370.

h) "Todos comeram e se fartaram." (Marcos 6:42).

i) Novamente ordena o Mestre, quando todos já estavam saciados: "Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca." (João 6:12).

j) E levantaram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe. Estava encerrado aquele dia com:

1. A grande multidão de uns sete ou oito mil saciadas;

2. A pregação do Reino vindoura enchia a todos de esperança;

3. Os apóstolos eufóricos cercavam a Cristo e queriam saber mais acerca de tudo o que acontecera ali;

4. A multidão levou as sobras do alimento para distribuírem nas vizinhanças aos mais necessitados.

III a) Recordemos que o titulo do nosso assunto foi a pergunta de Cristo aos Seus discípulos: "Quantos pães tendes?"

b) Eles trouxeram ao divino Mestre cinco pães e dois peixes e o milagre aconteceu, como acabamos de comentar.

c) Jesus está perguntando a você hoje: Quantos pães v. tem? Quantas possibilidades você tem? Traga-as a Mim, para que Eu as multiplique.

d) Você já pensou se aquele menino prevenido não tivesse levado aqueles pães de cevada? E se alguém não tivesse levado aqueles dois peixes? Teria Cristo multiplicado para sete ou oito mil pessoas se alimentarem de pão e peixe e ainda sobrar para ser distribuído com os necessitados?

e) Jesus multiplicou aquilo que Lhe foi apresentado. O alimento era simples: o rotineiro daquelas colônias de pescadores; mas a suficiente para crescer e saciar a todos.

l. Na simplicidade e na humildade humana é gerada a oportunidade de Deus. A humildade vai adiante de toda honra;

2. A glória de Deus resplandece na alma quebrantada;

3. O amor de Jesus alimenta o coração manso e humilde;

4. O Espírito Santo unge todo aquele que confia no Senhor.

f) Deus não leva em conta o quanto você tem. Mas o que você tem deve ser apresentado a Ele para acontecer a multiplicação. Nós temos assistido a essa realidade através de toda saga dos mortais.

Vejam: Deus pergunta, Deus pede. O homem responde. Deus realiza em cima das nossas respostas.

– O que tens na tua mão Moisés?

– Apenas um bordão. Senhor, com o qual guardo o meu rebanho.

– Toma-o e o usa no Meu serviço.

O homem de Deus fez assim e aconteceram maravilhas que Faraó e os egípcios jamais tinham visto.

– O que tens na tua mão, Davi?

– Apenas uma funda e cinco seixos do ribeiro.

– Toma-o e o usa no Meu serviço.

Davi obedeceu e matou o grande e perigoso gigante Golias, o inimigo de todos as filhos de Deus.

– O que tens na tua mão, mulher sunamita?

– Somente um pouco de farinha e um pouco de azeite.

– Toma-os e sacia a Meu servo Elias.

Ela assim fez e o grande profeta de Israel renovou as suas forças para servir ao Senhor. E, milhares de anos decorridos, ela é ainda um exemplo para nós.

– O que tens na tua mão, Maria?

– Apenas um vaso com ungüento de nardos que reservei para Ti.

Ela quebrou o frasco e a fragrância encheu toda a casa, e a lembrança desse gesto de amor vive ainda hoje entre os cristãos.

– Pobre viúva, o que tens na tua mão?

– Apenas um moeda, Senhor. É tão pouca. Mas o que tenho é para a oferta do Templo.

E deu-o ao Senhor e o seu sacrifício foi uma inspiração durante séculos para todos os crentes.

– Tabita, o que tens na Tua mão?

– Somente uma pequena agulha. Senhor.

– Toma-a e a usa no Meu serviço.

Ela assim o fez, e os pobres de Jope foram agasalhados com as roupas que ela fez. E, volvidos tantos séculos, Tabita continua a ser um exemplo para as mulheres cristãs.

Jesus lhe pergunta agora: O que você tem na sua mão?

– Somente um coração contrito e arrependido!

– Apenas um corpo velho e doente, ou ainda: uma garagem vazia; um quintal vago; um conjunto de estudos bíblicos; uma velha e surrada Bíblia!

– O que tenho, Senhor, são coisas bastante pequenas: uma voz que canta; um velho violão que soa; uma bicicleta que me conduz ao meu modesto emprego...

– Sim, Meu servo. Traga tudo aqui. E, à semelhança dos cinco pães e dois peixes, tudo será aceito e multiplicado.

1. O coração contrito e arrependido testemunhou aos vizinhos e amigas, e muitos outros corações se arrependeram e trilharam a justiça;

2. Corpo velho e doente dentro do asilo: Testemunho? Levou muitos à verdade e à vida;

3. O quintal vago fui varrido e tratado, colocaram uma tenda e se reúnem dezenas de fiéis todas as tardes de sábado;

4. A garagem vazia recebeu pintura e cadeiras e transformou-se no primeiro Grupo Adventista daquela cidade;

5. O conjunto de estudos bíblicos foi copiado e distribuídos entre os fiéis que levam conhecimentos evangélicos a muitos;

6. Uma velha e surrada Bíblia foi colocada nas mãos de um povo perseguido: os valdenses.

"Mediante pacientes e incansáveis labores, por vezes nas profundas e escuras cavernas da Terra, à luz de archotes, eram copiadas as Escrituras Sagradas, versículo por versículo, capítulo por capítulo. Assim a obra prosseguia, resplandecendo, qual ouro puro, a vontade revelada de Deus; e quanto mais brilhante, clara e poderosa era por causa das provações que passavam por seu amor, apenas o poderiam compreender os que se achavam empenhados em obra semelhante. Anjos celestiais circundavam os fiéis obreiros." – O Grande Conflito, pág. 69.

6.2. Essa gente levava trechos da velha e surrada Bíblia costurados nas roupas e, quando vendiam suas mercadorias, divulgavam a Palavra de Deus.

7.2. João tomou o seu velho violão, a sua usada bicicleta, e foi rumo a um distante lugarejo, e, ali na pracinha, começou a tocar e a cantar. Primeiro vieram os meninos, depois suas mães; mais tarde os pais e avós. Ali mesmo foi feito um apelo e uma oração. Estava começado o trabalho ali, que mais tarde se transformou numa animada igreja.

g) O que você tem traga aos pés do divino Mestre. "Eu vos farei pescadores de homens", é o resultado.

h) É possível que uma multidão de pessoas e coisas nos encontrem num lugar deserto e nos faça angustiar e sofrer, e nos leve a exclamar como Filipe, o discípulo de Jesus: "Não lhes bastariam duzentos denários de pão, para receber cada um o seu pedaço." (João 6:7).

Ou ainda achar pouco – apenas cinco pães de cevada e dois peixinhos nas mãos de um juvenil, à semelhança de André, que disse: "Está aí um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas isto que é para tanta gente?" (João 6:9).

i) Na verdade, aquilo parecia insignificante nas mãos do jovem e dos auxiliares de Cristo. Mas, entregues a Jesus, nas mãos do Senhor, aquele pouco se multiplicava e, enquanto as mãos dos discípulos estavam estendidas na direção das mãos do Senhor, aquele alimento transitava sem cessar, até que todos se fartaram, ainda sobrando doze cestos cheios de pedaços de pão e peixe de boa qualidade.

III a) É possível que muitos de nós, à semelhança dos apóstolos do Senhor, fomos convocados e recebemos "virtude e poder" para fazer o trabalho de Deus. (Lucas 9:1).

b) E ainda, unidos aos apóstolos, ajuntamo-nos a Jesus e cantamos toda quanto temos feito e ensinado. (Marcos 6:30).

c) Mas, também acompanhando os apóstolos, não confiamos o bastante para levar o que temos aos pés do Mestre por imaginarmos que Deus só aceita sábios como Salomão, fortes como Sansão, guerreiros como Davi, líderes como Moisés e profetas como Elias!

d) E que jovens com cinco pães de cevada e dois peixinhos, digamos: "Isso para que serve?"

e) Eu gostaria de convidá-lo a vir a Jesus como está: doente, aborrecido, falido, frustrado, em sérios e insolúveis problemas... Não importa! Venha assim mesmo. Jesus vai multiplicar a seu amor; acrescentar a sua fé; fortalecer a sua esperança; enriquecer a sua alma; abreviar os seus fardos; ensinar-lhe o bem; entregar-lhe a paz duradoura e crença permanente.

Venha a Cristo, venha agora.

Cantemos este hino Vem a Cristo (HA 167), e venham a Cristo agora.